Bin Laden

O mundo inteiro, em especial os EUA, comemora a execução de Bin Laden. São raríssimas, entretanto, ao menos por enquanto, as vozes a colocar em xeque as circunstâncias em que se deu a bem-sucedida operação norte-americana – alguns analistas isolados chamam atenção ao que se denomina de “assassinato seletivo”.

De fato, as informações até o momento não revelam que Bin Laden tivesse oferecido resistência, proporcional ao ataque-surpresa dos soldados, que justificasse sua execução sumária. Tudo aponta que o muito bem planejado ataque objetivou unicamente, e daí o seu pleno êxito, matar o “alvo”, e não capturá-lo, prendê-lo e levá-lo a um julgamento – como, diferentemente, aconteceu com outro grande inimigo da América e do “mundo civilizado”, Saddam Hussein.

Donde se pode imaginar, comparando com o próprio caso Saddam, que se considere existirem “terroristas” e “terroristas”, ou “mais inimigos” ou “menos inimigos” do “mundo civilizado” e que, portanto, alguns mereçam, se capturados, ser levados a julgamento e eventualmente condenados; outros, como Bin Laden, a execução sumária.

Questão é que, dado o horror do 11 de Setembro, Bin Laden já estava “condenado” pela opinião pública mundial (em especial pela americana, diretamente atingida) desde quando, no mesmo dia, confessou o crime, o que deu carta branca aos EUA revidarem o ataque sofrido na “mesma moeda”: era “questão de honra” encontrá-lo e matá-lo, o que foi, inclusive, promessa de campanha de Obama.

Tudo indica, pois, que Bin Laden foi morto em ato de puro revanchismo – contrariando tudo o que pregam os defensores dos “direitos humanos”, tema tão corrente hoje em dia. O mundo, eufórico, pode estar mais aliviado, como disse Obama. Mas, como disse o pai de uma das três vítimas brasileiras do 11 de Setembro, seu assassinato não trará de volta as quase 3 mil vítimas da tragédia.

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